Em termos de churrasco, entrar num acordo é fundamental. “Afinal, quem acende a churrasqueira para comer sozinho? O churrasco faz sucesso aqui porque o brasileiro se identifica com o acolhimento em torno disso, é da nossa cultura”, diz o chef e assador Fernando Carneiro, do restaurante especializado em churrasco Lolla Meets Fire, em São Paulo. Após um período na Nova Zelândia, ele é um dos pensadores da nova forma de consumir carne no Brasil. “A gente come pelo prazer e pelo conforto, além da fome. A proposta atual não é se empanturrar de comida, ficar com a barriga cheia e não conseguir nem dormir.”
De acordo com ele, com toda a tecnologia genética, novas raças de gado, cultivos de frutos do mar que respeitam as sazonalidades e processos ambientalmente responsáveis, comer bem está ainda mais fácil de digerir. Sabe aquele número mágico de 300 gramas de carne por pessoa? Não há regras. Experimente colocar na grelha porções mais generosas de abobrinha, milho, tomate, cebola e metades de pimentões com um ovo cru, que vai cozinhando aos poucos dentro do vegetal.
É preciso estar atento ao uso de lenha certificada no processo. Eucalipto, nem pensar. “Tem de ter nota fiscal comprovando que a lenha é originária de uma erradicação ou poda. Além disso, para os agrotóxicos não trazerem malefícios na hora do uso, desenvolvemos um processo que envolve os que trabalham na colheita das frutas a fim de gerar renda para a região produtora”, afirma Renato Andrade, proprietário da Special Meats, que vende o quilo da lenha a partir de 6 reais no atacado. A mesma preocupação quanto à procedência vale na hora de comprar carvão.
Hoje, o consumidor tem duas grandes preocupações: a primeira, do ponto de vista gastronômico, da experiência; e a segunda, de como o alimento é produzido”, pontua Marcelo Shimbo, da marca 481, referência no mercado em padronização e alta qualidade. “Não aceitamos nenhuma alimentação para o gado que não seja vegetal nem uso de hormônio. Nossos frigoríficos são, além de inspecionados rigorosamente, auditados para garantir a segurança alimentar de maneira muito minuciosa”, explica Shimbo, com mais de duas décadas de experiência no mercado.(Fonte:trechos: Paty Moraes /Exame)