Gustavo Rosa não segue nenhuma tendência, seus traços são conhecidos pela originalidade e pela linguagem própria.
Como começou o seu gosto pela arte? É verdade que você pintou, aos dois anos de idade, a parede da casa da sua mãe com carvão?
É verdade. Eu peguei um carvão da lareira e desenhei na casa toda. Essa foi a minha primeira obra de arte. E daí começou. Eu sou autodidata, nunca tive professor, nunca tive nenhum artista na família. Eu acredito na vocação. É um dom natural, veio comigo.
Todos dizem que suas obras têm um teor de crítica e humor ao mesmo tempo. Por que utilizar a crítica e o humor?
O Theon Spanuds (que para mim foi um dos maiores críticos do Brasil) dizia que minhas obras tinham uma crítica bem humorada, não no sentido pejorativo, mas no sentido construtivo. O humor faz parte da minha vida como colorido. Quando eu era criança, havia uma casa de doces que eu adorava, e eu sempre escolhia o doce mais colorido, e não o mais saboroso. Eu sempre abracei as cores; elas têm um papel muito importante.
Seu trabalho é bastante diversificado, e talvez até por isso, você recebe muitas críticas. Em sua opinião, por que isso acontece?
Eu brinco e digo que eu fiz sucesso sem “pedir licença” para o mercado. Porque o campo das artes é uma máfia muito grande, e você é obrigado a seguir tendências. Aquele que não está seguindo a tendência do momento é considerado um outside, é mantido fora da programação. E como eu sempre fiz o que queria fazer, independente do mercado ou da vontade de outros, isso talvez tenha irritado essa camada intelectual. Eu tenho uma crítica severa comigo mesmo, com o meu trabalho. Mas eu faço aquilo que me dá prazer, que vem de dentro. A minha pintura é de dentro para fora, e não de fora para dentro, diferente do que acontece normalmente hoje em dia, onde artistas seguem a tendência do mercado para ficarem engajados na programação.
Então as críticas não incomodam você?
De jeito nenhum. Pelo contrário… As críticas já foram piores, e hoje em dia estão mais amenas. Depois que você vence barreiras, os inimigos começam a te respeitar. Eu acho que a crítica maior e melhor vem do meu público, e não dos especialistas.
Quando você percebeu que o seu nome havia virado uma marca?
Acho que foi em Nova Iorque, quando eu fiz a minha grife lá, em 1994. Eu fui muito mais reconhecido lá do que aqui no Brasil. Infelizmente, apesar de eu adorar o meu país de origem, o Brasil tem um defeito: não aguenta o sucesso alheio, como já dizia o Tom Jobim. Fazer sucesso no Brasil é uma ofensa pessoal. Lá nos Estados Unidos eu expus obras em vários lugares; as pessoas andavam com camisetas estampadas com o meu trabalho. Aqui o pessoal dizia que eu estava me vendendo, que eu era comercial.
O que o motivou a largar toda a estabilidade na carreira publicitária e ir para o mundo das artes?
Na arte eu via a liberdade. E eu amo a liberdade. Mesmo que na publicidade eu pudesse exercer o meu dom, há uma limitação. Quantas vezes eu fiz um layout maravilhoso e o cliente não gostou?…         (por: Grappiando) 

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